(juul kraijer)

sobre a mesa a luz crua. ao lado a "refeição nua"* de william burroughs que estou a (re)ler. a manhã é imensa e até parece infinita. surgem na minha mente imagens de um jardim qualquer coberto desta imensa manhã. talvez seja maio. talvez até já seja junho. vou comemorar qualquer coisa. pois a manhã é imensa.

*refeição nua - um instante parado no tempo em que todos vêem o que está na ponta do garfo. (burroughs, p. 7)

(x20 rio)

sê bem vindo à fraternidade dos revoltados...

um hino...

(wowgreat)

(foda-se) para a televisão portuguesa em geral

em vez de se preocupar com os conteúdos

preocupa-se apenas com as audiências

(tumbrl)

junto da janela do meu quarto nesta noite explodem silêncios por cima dos telhados. merdosos farois com farda teimam em propagandas electricas. escrevo com a imitação daquela erva que me lembras-te daquela noite mil vezes amada. consumimos os incensos lunares em todas as nossas celebrações. ainda ontem te beijava descalço e com o corpo por lavar. hoje nesta noite de tantas noites ofereço-me aos telhados ofereço-me aos laranjais alquimicos. aqui tenho fome de bálsamos verdadeiros como aquela erva que lembramos. vamos outra vez morrer com os bálsamos daquela erva. vamos. e no fim quando estiveres demasiado viva. canto-te aquele sonho. o tal...

(the atomic ghost)

nosologia

(tadaomi shibuya)

os verdadeiros poetas continuam a cultuar a selva com vapores & diamantes

dedico-me

(x20rio)

eles são livres. eles são punks. eles adoram a liberdade livre.

santificados todos os errantes deste planeta

(oliver wetter)

magia requer penumbra e mistério - observou nietzsche

quando nietzsche chorou

irvin d. yalom

(andy kehoe)

deslumbro-me com esses lugares acordados. fico ali no meio das águas e sinto-me semeado para morrer. em cada toque a água sulca e lateja nas veias dessa raiz de tinta. somos assim o centro da raiz de uma água que escorre da certeza de uma mão para um papel à muito naufragado.

(mike brodie)

renovadas vagabundagens

pulsões superiores de santificadas errâncias

ei-los livres a adorar a liberdade livre

incendiados & encantados

(jenny grigg)

nas vésperas de um dia importante a noite bebe o único frasco de veneno disponivel e apresenta-se cadáver nessa solenidade diúrna

de imediato manda-se chamar o poeta que vegeta pelas colecções alcoolicas das tabernas para que escreva um poema-cabeludo

eis que aparece depois de vários dias de santa bebedeira

mostra-se como um anjo caído

apenas gesticula o que lhe resta dessas minerais palavras de vidro

&

cai como todas as carnes apaixonadas