sexta-feira, 30 de maio de 2008

(The Doors, Live in Aquarius Theatre)


"o apelo do cinema reside no medo da morte"

in Jim Morrison, Os Mestre e as Criaturas Novas.

sábado, 24 de maio de 2008


elementos criativos. um conto:


É noite. O Inverno chegou. A escuridão agarra-se aos contornos das ruas desertas. Os ladrares longínquos ouvem-se em sequências descontínuas. De vez em vez um motor ruge, mistura-se com o ruído do vento nas laranjeiras e a imagem dos assassínios daqueles três homens desconhecidos que tinham aparecido mortos na berma da estrada paira lúcida na tua cabeça. Ouvis-te dizer na aldeia que já se encontravam elementos da judiciária a investigar o caso, fala-se muitas coisas, a aldeia está apavorada, quando a noite cai não se vê ninguém e durante o dia os sussurros e as caras desconfiadas imperam. Tudo está estagnado, trancado no mais silencioso dos mundos. Não têns medo, têns receio, escalafrios, percorre-te o corpo uma espécie de fascínio e de terror por aqueles homens mortos, revês-te no corpo daqueles homens, a lutar arduamente contra o assassino, a lutar pela vida numa daquelas estradas ermas, silenciosas, e por fim a visão do teu corpo caído numa das valetas da estrada e a sensação da tua cara junto à erva tenra e fresca emanando um aroma de uma vida que para ti chegava ao fim. Oscilas a cabeça com um movimento brusco para afastar estes pensamentos e diriges-te para uma das janelas e dali perscrutas outra vez a sensação do terrível e assombrador medo da noite. É lua cheia, um luar metálico ilumina as árvores que dançam languidamente. Gatos e cães disputam parte deste território de medo, vazio, escuro, frio. Havia quem dissesse assombrado. Os pesados pensamentos possuiem-te novamente, agora já não estás morto, agora és o assassino.
Diriges-te aos leitores e perguntas: cuidado, muito cuidado com o que aqui friamente vou contar, quem não estiver preparado para escutar o som do mais profundo dos terrores, desista, termine já de imediato esta leitura, afaste-se deste terrível mundo, pois aqueles que continuarem jamais poderão contar com uma viagem de regresso. E tu, audaz leitor, continuas, és corajoso e enfrentas este perturbante lugar. Os teus passos são lentos e decididos, ouves esses mesmos ladrares tornados agora contínuos, vigias a escuridão com todo o cuidado, sentes o coração a cavalgar, a tua respiração torna-se ruidosa e no momento exacto quando aqueles três homens se cruzam à tua frente, alguém que estava sentado no sofá grita e o conto termina. Fim.


(colectânea de contos invisiveis- eddy nelson)

quinta-feira, 22 de maio de 2008




(foto: Spencer Tunick)


fotografar o corpo...porque somos apenas seres humanos, nada mais...

quarta-feira, 21 de maio de 2008


patty smith, sempre!!! visitem este assombro pattyniano...

http://www.dreamoflifethemovie.com/

sexta-feira, 16 de maio de 2008


a dimensão da palavra dita.
belíssima, esta colecção audio da B. L. Sound Archive! 

domingo, 11 de maio de 2008


alentejo mágico. a tarde era de maio e nós estavamos atentos a esta chuva peneirada numa especie de vidro esverdeado. no rádio tocava led zeppelin. mas os únicos "black dogs" naquele espanto de lugar éramos nós. sorrimos com um brilho estranho nos olhos e a estrada ofereceu-nos a direcção certa de Shangri-la.

quinta-feira, 8 de maio de 2008


quanto a mim, a única revista que sabe divulgar o livro e os seus verdadeiros "feitiçeiros". neste número, destaco a entrevista do António Lobo Antunes.

domingo, 4 de maio de 2008

espantalho-poeta: um projecto para um auto-retrato 



estudo da espera


do meu caderno de relacionamento com o mundo.


quinta-feira, 1 de maio de 2008


Paulo Nozolino, "far cry".

tenho uma desmesurada admiração pelo trabalho absolutamente extraordinário deste fotografo.


nestes dias de assombro iço velas em direcção à escuridão. aproveito esta estranha brisa adoçicada de abril...

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Death To Birth