(city eyes)
sombrios bosques na tela dos meus olhos cheios de tinta-da-china. alvas ferrugens no profundo aconchego de um pôr-do-sol. a minha mochila cheia de sonhos perfumados a cavalgar entre os ancestrais ulmeiros que cintilam o fulgor de sábios magos. ouço a celestial musica dos pássaros e dos electricos insectos. aromas de poejo trazem-me uma infância de intensas liberdades. caem-me lágrimas e sorrio para o circulo do ténue sol. anseio chegar ao fim da minha vida com este mesmo sorriso cintilante. em breve o "super-vagabundo" descansará neste leite manso. em breve esta suave brisa semeará na pele radiantes e violentos futuros de paz. escrevo num papel húmido e amarrotado algumas vagabundagens. afinal Deus está num vagabundo como um diamante e ri-se com intensidade. sem formulas milagrosas. sem igrejas. sem vestes douradas. sem hostias. sem vinhos ricos. sem biblias bolorentas que ninguém lê. Deus é um vagabundo. um "super-vagabundo"...
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