um hino. adeus querido e lânguido agosto...

(streetanatomy)

ecos de obscuros ladrares no interior-diamante da madrugada

a tinta negra no papel-sangue doente

da doença o poeta-fantasma perfura a veia-branda-doçura-vinho

deixando deslizar a espessura lisa da urna-morte ainda mais para dentro

bob dylan, sara.

....

das fontes perdidas um luar ancestral brota

o sangue jovem daqueles beijos que duravam um milhão de madrugadas

eddy, das madrugadas às madrugadas

(curiosities&clockwork)

"de tudo o que se escreve só amo aquilo que é escrito com o proprio sangue.

escreve com o teu sangue e ficarás sabendo que o sangue é espirito"

F. Nietzsche, Assim falou Zaratustra, p. 36.

aqui estamos por dentro da madrugada. com os olhos lunares escancarados para nietzsche. tragédias aromáticas. ventos que trazem febres de liberdade. tantos idiotas fora do meu raio de acção. congratulo-me de nada ter. pois estou preparado para a vinda do "super-homem".

ouço "shooting rockets" dos destroyer...

(dailydoseofdylan)

poderia ser um conto. uma história. um romance. bob dylan foi detido enquanto deambulava sem rumo pelas ruas de uma povoação americana. chovia intensamente e dylan procurava o deus da musica. soletrava poesia em voz alta e bebia de uma garrafa a urgência de um bom uisque americano. foi detido por ser livre...por proclamar a liberdade à chuva.

(city eyes)

sombrios bosques na tela dos meus olhos cheios de tinta-da-china. alvas ferrugens no profundo aconchego de um pôr-do-sol. a minha mochila cheia de sonhos perfumados a cavalgar entre os ancestrais ulmeiros que cintilam o fulgor de sábios magos. ouço a celestial musica dos pássaros e dos electricos insectos. aromas de poejo trazem-me uma infância de intensas liberdades. caem-me lágrimas e sorrio para o circulo do ténue sol. anseio chegar ao fim da minha vida com este mesmo sorriso cintilante. em breve o "super-vagabundo" descansará neste leite manso. em breve esta suave brisa semeará na pele radiantes e violentos futuros de paz. escrevo num papel húmido e amarrotado algumas vagabundagens. afinal Deus está num vagabundo como um diamante e ri-se com intensidade. sem formulas milagrosas. sem igrejas. sem vestes douradas. sem hostias. sem vinhos ricos. sem biblias bolorentas que ninguém lê. Deus é um vagabundo. um "super-vagabundo"...

numa destas noites mornas dei comigo a ouvir este admirável som. pensei, como é possivel, isto foi feito em 1971 e só fosse produzido hoje (2009) teria o mesmo sucesso. é o que se chama intemporalidade musical...espantoso!!!

para estas noites de verão...

(3mmi)

pelos meandros ocultos...prossigo...

(beth cavener stichter)

deslumbrado pela arte...

volto aos corações dos caminhos de pó.

talvez regresse...