quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O DIA DOS MORTOS



UM FANTASMA

As Trevas

Neste jazigo insondável e triste
Onde o Destino me degredou já
E onde não entra um raio de alegria,
A sós com a Noite, companhia má,

Lembro um pobre pintor que um Deus trocista
Condenasse a pintar na escuridão;
Aqui, onde, com fúnebre apetite,
Cozinho e como o próprio coração,

Brilha e alonga-se num breve instante
Um espectro feito de graça e esplendor.
Plo seu porte oriental e sonhador,

Ao atingir proporção mais grandiosa,
Eu reconheço a bela visitante:
É Ela! negra e porém luminosa.

(Baudelaire, As flores do Mal)

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